Chapado na Chapada Diamantina

Ahhh, a Chapada! Que lugar animal! Me senti em um filme de realidade fantástica, mas sem Hobbits homossexuais ou dragões filhos da puta.

Devo dizer primeiramente que, se não fosse pela minha prima e o marido dela, essa viagem não teria sido possível. Eu tinha pesquisado muitas informações sobre a Chapada antes de ir, mas não tinha noção do quão grande era o lugar. E, como se isso não bastasse, a situação das estradas de terra não facilitam nem um pouquinho...

A Chapada Diamantina fica a 5/6 horas de Salvador. Os viajantes podem ir de carro, ônibus, ou com alguma empresa de turismo especializada. Para circular lá, existem transfers e agências turísticas locais (que saem bem carinhos, para ser sincero).

As atrações imperdíveis, na minha opinião, são: Poço Encantado, Poço Azul, Morro do Pai Inácio, Cachoeira do Buracão e a Gruta da Pratinha.

O ideal é ficar em cidades próximas às atrações que você pretende visitar no dia seguinte. Muita gente fala que Lençóis é o lugar mais legal da Chapada, mas, honestamente, Lençóis é cheio de farofada. Eu fiquei em Mucugê, hospedado na Pousada Monte Azul (que eu recomendo, especialmente pelo café da manhã), e no Vale do Capão, na Pousada do Capão (que é incrível, queria ter passado mais noites lá).

Vou falar sobre minha experiência na Chapada, onde passei três dias animais! Quem sabe você não goste e faça a mesma coisa.

Eu saí de Salvador bem cedo (5:00am) e fui direto para a Chapada. Segui direto para o Poço Azul, onde cheguei às 10:30 da manhã. O poço já estava com fila, o que não é raro de acontecer. Infelizmente, por causa das chuvas, a água não estava azul, mas verde cana, o que não estragou minha diversão nem um pouco, já que eu nunca tinha nadado em uma gruta antes.



Depois do Poço Azul, fui para o Poço Encantado que era lá perto (+-20km de distância). O poço é realmente azul fosforescente. Sério, eu nunca tomei ácido na minha vida, mas imagino que a sensação deve ser muito parecida com a que eu tive quanto estava no Poço Encantado.

A melhor época para visitar os dois Poços é de abril a setembro, quando um feixe de luz ilumina as águas. O valor do ingresso em cada um é 10 reais por pessoa. Ah, é bem tranqüilo levar máquina fotográfica e celular para os dois.

A última coisa que eu fiz no meu primeiro dia na Chapada Diamantina foi a Lapa do Bode (5km de distância do Poço Encantado). A Lapa do Bode é uma caverna bem pequena, e o passeio durou no máximo 1hr. Mas foi divertido. O guia mostrou indícios de que no passado aquela região toda era tomada pelo mar e etc.

****No dia seguinte, fui fazer o passeio da Cachoeira do Buracão. Para esse passeio preste muita atenção: você é obrigado a entrar no Parque do Buracão com um guia local de Ibicoara, mas não existem muitos guias, por isso vá cedo!! Outra coisa, não existe nada de comida e água (sem ser da cachoeira) no passeio, então leve ambos.

Para chegar na Cachoeira do Buracão, você anda por mais de 1 hora em uma trilha na caatinga. Depois você nada por um cânion rochoso e enfim chega na queda d’água. A caminhada não é pesada, e não é muito difícil de ser feita. Mesmo assim, tem subidas e descidas que quem tem problemas nos joelhos não vai aguentar.

 
















Depois de um bom tempo na cachoeira principal, na volta dá para tomar banho em outras partes das quedas, onde as águas te fazem uma massagem natural.

Quando você voltar para sua pousada, você provavelmente vai estar morto. Eu tomei um tipo de Frapuccino no Café Periquita em Mucugê (dá de 10 a 0 no do Starbucks) e mesmo assim capotei. Aliás, se você ficar em Mucugê, não deixe de tomar o café de lá. É um dos melhores cafés do mundo.

No meu último dia na Chapada, acordei cedo e fui direto para o Morro do Pai Inácio. A subida do morro não é nem um pouco difícil e dura no máximo 25min. E a vista lá de cima compensa. Sem usar nada de drogas, me senti capaz de voar!


Quando desci do morro tomei suco de mangaba e comi um pastel assado de carne. O preço tava bom e a qualidade também. Ali vale a pena comprar uma garrafinha de mel. Um dos melhores méis que já experimentei na minha vida.

O melhor a se fazer depois do Morro do Pai Inácio seria ir para a Gruta da Pratinha, onde se pode nadar em suas águas transparentes e fazer tirolesa. Infelizmente, por causa das chuvas de dezembro, a Pratinha estava interditada. Então fomos ao rio Mucugezinho e ao Poço do Diabo.

O rio Mucugêzinho é um lugar extremamente de farofada. Pessoal bebendo, escutando pagode e comendo porcaria. Por isso, não perdi tempo e caminhei até o Poço do Diabo (5min de distância). Lá tem uma tirolesa animal, que vale à pena ser feita.

Depois da Tirolesa, fomos direto para a cidade do Vale do Capão. Nossa única parada foi para mais um banho de cachoeira no Riachinho.

***A cidade do Vale do Capão é um lugar muito diferente. E quando digo diferente, digo alternativo. Ali era o paraíso dos bichos grilos. E quando digo bicho grilo, não digo aqueles caras que ficam na Sé vendendo pulseiras. Os bichos grilos do Vale do Capão são gente rica, bonita, com dentes brancos e cabelos bons, que resolveram largar tudo e virarem bichos grilos, fazendo artesanato e fumando maconha.

Vale do Capão é um lugar bem romântico para ir a dois. Em compensação, no que diz respeito a pegação e afins, devo dizer que a cidade não é de todo o mal.  Existe uma programação noturna de forró e outros shows, e as meninas de lá eram extremamente bonitas, com dreads, tattoos e etc. Entretanto, tenho certeza que a maioria delas conseguiria fazer um tererê na no meio das pernas graças à falta de depilação. Se você curtir essas coisas, lá vai ser o seu paraíso. Afinal, tem gosto para tudo, não é?

Mas o melhor do Vale do Capão é a energia. A energia de lá era muito boa. O pessoal curtindo a vida e a natureza numa boa.

E a gastronomia da cidade é algo muito diferente. Lá eu comi pastel de palmito de jaca, na pastelaria da rua principal da cidade, e pizza de cenoura, mussarela e pesto, temperada com azeite, mel e pimenta, em um lugar que não sei o nome. Esse lugar da pizza fica em frente à igreja azul da cidade e tem sucos maravilhosos adoçados com mel.


Para completar minha visita à Chapada Diamantina, resolvi comprar uma pulseira e um sabonete de argila (excelente para a pele) para minha namorada. São duas coisas que valem a pena levar de recordação!

4 comentários:

  1. Nossa cara vc é realmente um panaca! Fui moradora do Vale do Capão por muitos anos e nunca vi uma propaganda tão ridícula de um lugar. Você como viajante deveria ter vergonha de falar uma coisa dessa e aprender que "Terra alheia, pisa no chão devagar". No vale do Capão existe muita gente trabalhadora e muitos nativos que dão duro (não existe somente bicho grilo). Quanto as mulheres, se eu fosse sua namorada te dava um esculacho para você aprender a respeitar os outros.

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    2. Ele não disse em momento algum que não existem pessoas trabalhadoras la, afinal quem vai, nem que seja apenas uma vez, vai saber que sim, la existe muita gente trabalhadora, apenas ressaltou que tem moradores "bicho grilo",e isso não foi uma propaganda, e sim uma opinião pessoal dele sobre a viagem em sí, cada um tem seu ponto de vista.

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  2. Olá! Você disse que o fato de ter chovido muito não lhe permitiu ver a pratinha e o poço azul (azul rs). Choveu quanto tempo antes da sua viagem? Porque nas fotos aparece céu azul! Tipo assim, se chover na chapada demora muito tempo até limpar os poços? :-O

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